Artigo de Opinião de Luís Estrela, presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa.
Enquanto cai o pano de mais uma temporada, constatamos a competência, espelhada nas suas promoções, de árbitros dos quadros distritais de futebol e futsal.
A arbitragem, como qualquer equipa, renova parte do seu plantel todas as épocas. O aumento do número de árbitros nos quadros distritais tem um saldo claramente positivo, no entanto, insuficiente para acompanhar o crescimento das competições distritais. É frustrante percebermos que numa temporada pós-pandémica conseguimos captar 122 novos árbitros de futebol e futsal, no entanto, estes números poderão ser insuficientes para dar resposta à necessidade das competições em 2023/2024.
Continuamos a defender que a solução para uma mais e melhor arbitragem parte da sinergia entre clubes e Associação. Temos um déficit de aproximadamente 80 árbitros, todos os anos. Temos no universo de cerca de 250 clubes filiados. Sabemos da erosão de praticantes que se perdem na passagem de juvenil e juniores e de júnior a sénior. Se cada um dos clubes indicassem um desses elementos para tirar o curso de candidatos a árbitros de futebol ou de futsal, estariam a contribuir para a solução de uma das preocupações existentes, que é a insuficiência de árbitros, que atinge principalmente os escalões de formação, por se realizarem no mesmo período horário.
Será igualmente importante existir um estímulo, que motive os clubes a contribuir para esta resolução. Fazemos este apelo aos clubes por serem eles que têm identificados os juvenis que não integram os juniores e os juniores que não têm lugar no plantel sénior. Este afunilamento na progressão de carreira dos atletas provoca, em muitas das situações, o afastamento e a perda de praticantes, que poderão encontrar na arbitragem um caminho para continuarem ligados à modalidade que os apaixona, passando a estar no epicentro do jogo.
Em setembro de 2023, arrancaremos com mais um curso de candidatos a árbitros de futebol e futsal, um plantel que precisa ser reforçado e que entrará em campo em mais de 700 jogos, a cada fim-de-semana.