A importância do Árbitro

Artigo de Opinião de Carlos Teixeira, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Futebol de Lisboa.

Decidi partilhar convosco uma experiência vivida nos últimos dois anos como espectador de diversos jogos de futebol 7, organizados pela AFL, e alguns torneios de âmbito internacional, nos escalões de infantis e benjamins, acompanhando dois netos.

Pretendo relatar alguns aspetos relativos às arbitragens dos jogos que tive a oportunidade de assistir em diversos campos nos concelhos de Oeiras e Cascais. Todos os árbitros eram muito jovens e apitavam certamente os seus primeiros jogos.

Este meu testemunho vai no sentido de enaltecer a qualidade dos jovens árbitros que tiveram a responsabilidade de dirigir todos esses jogos. Independentemente de alguns erros, que eram comentados como de costume por este ou aquele pai, mãe ou avós – conforme o possível erro era contra os seus atletas ou clube –, a grande maioria dos comentários referia os bons exemplos dados pelos árbitros na condução dos jogos de uma forma didática e educativa.

Alguns exemplos das boas atitudes de alguns árbitros, que tive a feliz oportunidade de observar:

– O árbitro pára o jogo para atar os atacadores das botas de um jovem jogador;

– O árbitro consola um jogador após ter falhado um penálti;

– O árbitro pára o jogo para acalmar dois meninos desavindos, chamando os treinadores e aconselhando que seria melhor saírem os dois do jogo naquele momento para se acalmarem. Os treinadores acatam de imediato, e a atitude do árbitro surte efeito: cinco minutos depois, ambos voltam a entrar e não mais se incompatibilizam;

– O árbitro, ao ver um jogador desanimado depois de uma jogada, encoraja-o a continuar a esforçar-se e a lembrar-se de que todos erram, mas é importante seguir em frente;

– O árbitro dá uma breve explicação a um jovem jogador sobre uma infração cometida, de forma a ensinar-lhe a regra, ajudando-o a compreender melhor o jogo e a evitar o mesmo erro no futuro.

Este testemunho pretende valorizar a importância de uma arbitragem que vai além das regras do jogo, focando-se no desenvolvimento dos jovens atletas como pessoas.