Formar, formar, formar

Artigo de Opinião da autoria de João Pedro Ribeiro, vogal da direção da Associação de Futebol de Lisboa.

Em maio de 2023, num artigo de opinião que então assinei, dava conta que no âmbito do projeto da Federação Portuguesa de Futebol, Crescer 2024, a Associação de Futebol de Lisboa, tinha-se candidatado a vários projetos, sendo um deles o da formação, candidatura essa aprovada com sucesso.

Desde então, muito de positivo aconteceu.  O desafio era formar todos os agentes desportivos envolvidos nas competições da AFL e o de reforçar a nossa missão enquanto entidade formadora. Objetivos alcançados!  

A Academia de Formação AFL, que teve o seu início em janeiro de 2024, veio centralizar a formação dos vários agentes desportivos ligados ao futebol, futsal e futebol de praia. Além disso reúne toda a informação relativa às formações passadas e futuras, visando simplificar o acesso a conteúdos essenciais para o desenvolvimento de competências daqueles que participam ativamente nas competições organizadas pela AFL. Este projeto representa não só uma evolução tecnológica no processo formativo, mas também uma visão estratégica clara: a formação contínua é a chave para a melhoria do desporto distrital. E assim deve continuar.

Com este novo recurso, qualquer treinador, árbitro ou dirigente pode aceder de forma rápida e eficiente aos cursos de formação necessários para o seu desenvolvimento profissional. Esta centralização de conteúdos facilita, por exemplo, o processo de inscrições e oferece um ponto único de consulta, tornando o conhecimento acessível a todos. Para os clubes e demais agentes desportivos, essa iniciativa significa uma verdadeira revolução, ao permitir que a formação deixe de ser vista como uma obrigação burocrática e passe a ser entendida como uma oportunidade de crescimento contínuo.

A formação não deve ser encarada apenas como um requisito para quem ambiciona seguir uma carreira no futebol profissional. Ela é essencial desde as bases, porque a preparação de árbitros, jogadores, dirigentes e treinadores tem de ser estruturada e contínua. Só assim podemos garantir um crescimento sólido, sustentado em valores e princípios que transcendem o simples objetivo de vencer um jogo. Formar cidadãos responsáveis, éticos e com conhecimento é a única maneira de garantir um desporto mais justo, competitivo e respeitador.

A Academia de Formação da AFL, ao disponibilizar conteúdos para uma vasta gama de perfis, reflete uma visão inclusiva e abrangente da formação. Todos os envolvidos no desporto têm um papel importante a desempenhar e cada um deles deve ter acesso a conhecimento especializado para desempenhar melhor as suas funções. Afinal, melhor formação resulta em melhores decisões dentro e fora das quatro linhas, seja na gestão de um clube, no julgamento de um lance ou na liderança de uma equipa.

Se queremos competições mais saudáveis, mais justas e mais competitivas, a formação tem de estar no centro de tudo. E com a Academia de Formação AFL, esse caminho está mais acessível e mais claro do que nunca.

Ao fim de 8 meses de funcionamento, os números da Academia de Formação da AFL falam por si: Ações realizadas para treinadores, dirigentes: 17; Horas de formação para treinadores, dirigentes: 57; Número de formandos de treinadores, dirigentes: 768.

Por fim, permitam-me uma nota pessoal. Nem tudo o que o nasce ao contrário, tarde ou nunca se endireita… Eu sou um bom exemplo disso, pois nunca tive oportunidade, até à minha entrada na direção da AFL, de ter uma experiência no futebol distrital, depois de dez anos ligados ao futebol profissional. Esta experiência, permitiu-me conhecer por dentro como tudo se desenrola, onde tudo se inicia, o trabalho de todos aqueles que dão tanto ao futebol distrital a troco de quase nada.

Assumo que terminarei esta aprendizagem no final deste mandato, onde tudo fiz para contribuir para uma continuidade e consolidação do projeto do presidente Nuno Lobo.

Jamais um adeus, mas seguramente um…  “até ao próximo cruzamento cá estarei”.

Obrigado, Associação de Futebol de Lisboa.